sexta-feira, 13 de maio de 2011

Paródia de um veículo publicitário da Folha de Notícias - S.P.


"Homem tirando leite da vaca..."

Trabalho realizado para a disciplina de Língua Portuguesa IV, na faculdade de Letras/FURG.
Ano: novembro/2008
Atores: Renê Barros, Janira Sampaio.
Direção: Rita del Mestre e Marilia Chaves

segunda-feira, 2 de maio de 2011

PARÓDIA III



Gaiola das Cabeçudas - parte 1 -

É uma paródia funk, com direito a abecedário em que “C” é de Camões e “S” de Saramago.

Momento de humor passou na MTV Brasil

Um grupo de humoristas, liderado por Marcelo Adnet, fez furor ao criar uma música para o programa da MTV brasileira. Na música ‘Gaiola das Cabeçudas’ é questionado quem escreveu o livro ‘1984’ e qual é a diferença entre Lutero e Kant, sempre em tom irônico e com os protagonistas vestidos como ‘drag queens’.

Queridos, cá pra nós...eu considero deveras muito inteligente rimar Nobel, Buñuel, Graham Bell, George Orwell em ritmo de Créu...

Já assisti ao vídeo "trilhões" de vezes (sou hiperbólica mesmo) e ainda não enjoei...e ri em todas as vezes. Talvez eu tenha um humor diferente...

Segundo o jornal ‘O Globo’, o professor de Filosofia do Centro de Educação e Cultura, Rafael Pacheco, considera que os benefícios são maiores do que uma possível confusão gerada pela sátira. Além de defender este momento de humor, aprova os videojogos. “Faço muitas analogias com jogos de videogames que fazem parte do universo deles”, defende.

Já Max Ribeiro, professor de Filosofia do Ponto de Ension, citado pelo mesmo jornal, refere: “Tudo o que é satirizado, é colocado em evidência e o aluno busca mais.”

http://www.marceloadnet.com.br/tv/professores-aprovam-parodia-%E2%80%98gaiola-das-cabecudas%E2%80%99

Bem se vê que temos posicionamentos distintos no que se refere á paródia criada pelo grupo encabeçado por Adnet. No entanto, considero importante dizer que o criador do “grupo” Gaiola das Cabeçudas provou que nem só de silicone vive o funk. Apesar desse estilo ter tido uma expansão considerável no mercado musical, ele ainda continua sendo alvo de críticas pela classe mais intelectualizada da população. Normalmente, as críticas estão relacionadas à falta de criatividade, à linguagem excessivamente obscena, pela apologia ao crime, às drogas, ao tráfico, e, principalmente, à sexualidade exacerbada.

A trupe de Adnet compôs um "pout pourri" ao ritmo de "funk". Satirizando de forma inteligente, o grupo faz citações ao escritor Leon Tolstói, ao filósofo Immanuel Kant, entre outras personagens da nossa história. Pode-se dizer que o clipe é um fenômeno na internet, pois após ser exibido no fim de julho de 2010, no programa “Comédia MTV”, ele deu o que falar entre os telespectadores. O clipe já teve mais de um milhão de acessos no site do YouTube.

Através dessa paródia, o grupo faz uma crítica a esse estilo musical que tanto faz a cabeça da gurizada, atualmente. Apesar do jeito escrachado, do deboche e do ar "um tanto quanto" provocativo, considero interessante o jogo de palavras, as citações feitas do início ao fim, sobre temas e ícones que fizeram parte da nossa História. Quero esclarecer que, não quero incentivar os alunos a ouvirem "este" ou "aquele" estilo musical. Minha única intenção é mostrar o quanto podemos ser criativos na hora de elaborar um trabalho em sala de aula. Além do mais, não custa nada mostrar aos nossos queridos alunos, quem foram Aleijadinho, Beethoven, Camões, Dostoiévski... E toca um Vivaldi aí!!

O funk começa assim...

A de Aleijadinho
B de Beethoven
C de Camões
D de Dostoiévski
E de Einstein
F de Foucault
G de Godard
H de Hermeto Pascoal
I de Ionesco, é teatral
J de Jung
K de Karl Marx
L é Lord Byron
M Machado de Assis
N de Nietzsche
O de Olavo Bilac
P Platão
QI coeficiente dos irmãos
R de Rousseau
S Saramago
T de Tiradentes
Tem pra ele feriado
U de Ulisses
W de Weber
Y é o cromossomo que não tem na mulher
X de Xuxa
Z Zaratrusta
O V não esqueci
Toca um Vivaldi aí!
Toca um Vivaldi, toca um Vivaldi aí!

É o Goethe, é Goethe, é o Goethe
É o Goethe, é Goethe, é o Goethe
Daquele jeito

Li tudo do Leon Tolstoi
Li tudo do Leon Tolstoi

Surra de Schubert
Surra de Schubert

Eu vou pro MAM,ver a Tarsila
Agora eu escrevo orelha e ninguém vai me segurar

Eu vou pro MAM,ver a Tarsila
Agora eu escrevo orelha e ninguém vai me segurar

Qual a diferença entre o Lutero e o Kant
Um é iluminista e o outro é protestante”

domingo, 1 de maio de 2011

Paródia II -




Estudantes da universidade de St. Andrews, na Escócia, onde o príncipe William e Kate Middleton estudaram, fizeram uma brincadeira com o casal em um clipe.
Os estudantes, membros do grupo vocal The Other Guys, criaram uma paródia de Bad Romance, de Lady GaGa, intitulada Royal Romance. O clipe mostra a história de um garoto que se apaixona por Kate, mas não é correspondido.

EXEMPLOS DE PARÓDIA - Guri de Uruguaiana - The Guritles




INTERTEXTUALIDADE, PARÁFRASE E PARÓDIA


Antes de começarmos a entender sobre a maneira pela qual se conceituam estes termos, é importante lembrarmos sobre a questão da intertextualidade. A intertextualidade se dá através do diálogo estabelecido entre dois textos. Mas de que forma isso acontece?

Um exemplo bem simples é o título de uma redação, pois o “assunto” a ser discutido intertextualiza com nossas ideias, nosso conhecimento de mundo, ou seja, ninguém escreve ou fala sobre aquilo do qual não conhece ou não ouviu falar.

Podemos tecer um texto intertextualizando uma música, uma pintura, uma reportagem publicada em um jornal, um assunto polêmico que circula na mídia, e muitos outros. Agora começaremos a entender mais sobre a paródia e paráfrase, que também são formas de intertextualização.


A paráfrase origina-se do grego “para-phrasis” (repetição de uma sentença). Assim, parafrasear um texto, significa recriá-lo com outras palavras, porém sua essência, seu conteúdo permanecem inalterados. É dizer com outras palavras o que já foi dito.


Vejamos dois exemplos a seguir:


Texto Original


Minha terra tem palmeiras

Onde canta o sabiá,

As aves que aqui gorjeiam

Não gorjeiam como lá.

(Gonçalves Dias, “Canção do exílio”).


Paráfrase


Meus olhos brasileiros se fecham saudosos

Minha boca procura a ‘Canção do Exílio’.

Como era mesmo a ‘Canção do Exílio’?

Eu tão esquecido de minha terra…

Ai terra que tem palmeiras

Onde canta o sabiá!

(Carlos Drummond de Andrade, “Europa, França e Bahia”)


Este texto de Gonçalves Dias, “Canção do Exílio”, é muito utilizado como exemplo de paráfrase e de paródia, aqui o poeta Carlos Drummond de Andrade retoma o texto primitivo conservando suas ideias, não há mudança do sentido principal do texto que é a saudade da terra natal. Drummond de Andrade faz somente uma recriação daquilo que Gonçalves Dias já havia criado na era romântica.

Já a paródia é um exemplo de recriação baseada em um caráter contestador, às vezes até utilizando-se de uma certa dose de ironia e sarcasmo. É uma forma também de ridicularizar outros textos, há uma ruptura com as ideologias impostas. Ela leva o leitor a uma reflexão crítica de suas verdades incontestadas anteriormente, com esse processo há uma indagação sobre os dogmas estabelecidos e uma busca pela verdade real, concebida através do raciocínio e da crítica. Os programas humorísticos fazem uso contínuo dessa arte, frequentemente os discursos de políticos são abordados de maneira cômica e contestadora, provocando risos e também reflexão a respeito da demagogia praticada pela classe dominante. Com o mesmo texto utilizado anteriormente, teremos, agora, uma paródia.


Para exemplificar temos:


Minha terra tem palmares

onde gorjeia o mar

os passarinhos daqui

não cantam como os de lá.

(Oswald de Andrade, “Canto de regresso à pátria”).


O nome Palmares, escrito com letra minúscula, substitui a palavra palmeiras, há um contexto histórico, social e racial neste texto, Palmares é o quilombo liderado por Zumbi, foi dizimado em 1695, há uma inversão do sentido do texto primitivo que foi substituído pela crítica à escravidão existente no Brasil.


Uma canção


Minha terra não tem palmeiras...

E em vez de um mero sabiá,

Cantam aves invisíveis

Nas palmeiras que não há.

Minha terra tem relógios,

Cada qual com a sua hora

Nos mais diversos instantes...

Mas onde o instante de agora?

Mas onde a palavra “onde”?

Terra ingrata, ingrato filho,

Sob os céus da minha terra

Eu canto a Canção do Exílio!

[Mário Quintana]


Outro exemplo de paródia é a propaganda que faz referência à obra prima de Leonardo Da Vinci, Mona Lisa:

"A paródia não é um recurso de criação recente. Já existia na Grécia, em Roma, na Idade Média e, hoje, ela é ainda bastante utilizada. Ela ocorre de textos alheios (intertextualidade) e dos próprios textos de seu autor (intratextualidade), ou ainda como forma de autotextualidade, quando o poeta re-escreve a si mesmo."

  • De acordo com o dicionário de literatura de Brewer (apud SANT’ANNA, 1988, p.12), “paródia significa uma ode que perverte o sentido uma outra ode” (para-ode). Vale lembrar que ode era um poema a ser cantado. A paródia era entendida como uma canção cantada ao lado de outra, um contracanto.
  • A paródia traz vozes distintas e antagônicas. Ela inaugura o novo, o diferente, constrói a evolução de um discurso, de uma linguagem, segundo Affonso Romano de Sant’Anna. Ela descontinuidade e se coloca ao lado da contra-ideologia. É a intertextualidade das diferenças, é deslocamento, deformação, inversão __ a contradição, a divisão, o ruído, a quebra das normas. – daí ser recurso bastante utilizado hoje. É mais do que re-apresentação, é tomada de consciência. Paródia é o gesto inaugural da autoria e da individualidade. É o estranhamento máximo, o desvio maior. Nesse dialogismo marcado pela ambigüidade, a literatura parodística é portadora do sério e do cômico. É um discurso dialógico auto-reflexivo. De um lado, a seriedade e a solenidade; de outro, a jocosidade, o ridículo.
Pode-se dizer que o uso da paródia é uma maneira de subverter padrões.

Affonso R. de Sant'Anna (1998) afirma que, para identificar os textos superpostos em diálogo é necessário repertório, memória cultural e literária. Por isso é importante que, nós educadores, façamos chegar às crianças o conhecimento das narrativas da tradição oral, tais como, os mitos, lendas, contos, pois elas são o verdadeiro material literário em processo de recriação.

O leitor tem papel importante nesse diálogo da intertextualidade. É essencial que leitor esteja atualizado e tenha um bom conhecimento de mundo para que possa fazer esse "link" entre o modelo utilizado no passado e a versão do presente.

"Uma cultura se estabelece pelo equilíbrio entre a automatização e a desautomatização, segundo nos ensina Affonso Romano de Sant’Anna (1988). Pela automatização, há o reforço da linguagem conhecida e, pela desautomatização, há a contestação. Há necessidade de convivência entre esses dois movimentos que se instauram no interior do discurso literário."

PARÓDIA, PARÁFRASE & CIA - (Affonso Romano de Sant'Anna)

sexta-feira, 22 de abril de 2011

MUDANÇAS ORTOGRÁFICAS NA LÍNGUA PORTUGUESA

VOO, ENJOO, PERDOO não mais serão grafados com acento.

O TREMA( ¨ ) será extinto, e palavras como DELINQÜENTE, por exemplo, serão escritas seguindo o padrão: DELINQUENTE, LINGUIÇA, PINGUIM.

Acentos agudos dos ditongos abertos ÉI e ÓI das palavras paroxítonas serão excluídos. Assim, HERÓICO será HEROICO, PLATÉIA será PLATEIA.
Também perderão os acentos palavras como FEIURA, cujo "U" tônico é antecedido de ditongo.
Casos como o de DESTRÓI e HERÓI, que são palavras oxítonas, não sofrerão nenhuma mudança.

Nos países em que ainda se escreve HÚMIDO, perder-se-á o "H", como já se faz normalmente no Brasil. Então, as palavras corretas a partir de agora serão ÚMIDO e ERVA. Essa mudança, portanto, não nos afetará. Do mesmo modo, nos países onde se escreve OBJECTIVO, FACTO, CONTACTO, a letra "C" será eliminada.

As palavras formadas por prefixos terminados em vogal com radical iniciado em "R" ou "S" perderão o hífen e essas duas letras serão dobradas.
Ex.: ANTI-RÁBICO será ANTIRRÁBICO; ULTRA-SOM será ULTRASSOM; PRÉ-REQUISITO será PRERREQUISITO; e assim por diante.
Porém, quando o prefixo terminar em "R"(SUPER HIPER, INTER) e o radical iniciar em "R", o hífen será mantido: INTER-RELAÇÃO; INTER-RACIAL.

Se o primeiro elemento (prefixo) terminar com vogal diferente da que inicia o segundo elemento (radical), não haverá mais hífen; caso essas vogais sejam iguais, haverá separação com o hífen:
INFRA-ESTRUTURA passará a ser INFRAESTRUTURA;
AUTO-ESCOLA será AUTOESCOLA; AUTO-AVALIAR será AUTOAVALIAR;
MICROONDAS será MICRO-ONDAS.

Desaparecem os acentos diferenciais das palavras PÁRA (verbo) e PARA (preposição); PÊLO (substantivo), PÉLO (verbo) e PELO (POR + O); PÓLO (substantivo) e POLO (contração arcaica de POR + O); PÊRA (substantivo) e PERA (contradição arcaica de POR + A). Desse modo, as frases a seguir estarão corretas se escritas da maneira que se apresentam:

Obs.: O acento diferencial de PÔR (verbo em contraposição a POR, preposição) permanece. A mudança de acentuação gráfica deu-se exclusivamente em relação às palavras paroxítonas.

Ele para depois das dez. Isto serve para nós.

Pelo amor de Deus, não passe pelo lado de cá; eu pelo a cabeça de tanta preocupação.

No Polo Norte ou Polo Sul, quero te ver sempre.

Não gosto de pera, prefiro maçã.

Também permanece o acento diferencial entre as formas verbais PODE e PÔDE, para demarcar presente e pretérito, respectivamente, definidos nas pronúncias aberta e fechada.

Ele pode ir ao trabalho hoje.
Ela não pôde ir ao trabalho ontem.

A terceira pessoa do plural dos verbos CRER, DAR, LER, VER e derivados perderão o acento circunflexo. A grafia correta será conforme os exemplos seguintes:

Os brasileiros quase não leem nada se comparados a cidadãos de outros países.

Não desejo que eles deem vexame.

Acho que nem todos veem as coisas de maneira semelhante.

Infelizmente, nem todos creem na existência de Deus.

Passa a ser facultativo o uso do acento circunflexo em fôrma (som fechado), para diferenciar de forma (som aberto).

Exclui-se o acento diferencial entre apoio (substantivo) e apóio (1ª pessoa do singular do verbo apoiar - eu apóio).